Comentário sobre o filme: Mera Coincidência

O filme retrata a capacidade de que algumas pessoas possuem de criação, veiculação e manipulação de uma idéia. As vésperas da eleição americana, o presidente da época se envolve em um escândalo sexual com uma menor de idade, causando uma imensa repercussão no país. Como o presidente era candidato a reeleição, sua popularidade em relação às pesquisas realizadas caiu consideravelmente, pondo o seu cargo em risco. Para que ele pudesse vir a ganhar a eleições, os seus assessores (De Niro e Anne Hecher) ficaram encarregados de tirar essa imagem na qual a mídia divulgou. A solução que eles encontraram foi da criação de uma guerra fictícia, onde contrataram um dos maiores produtores de Hollywood (Dustin Hoffman) para poder desenvolvê-la. Ao contratá-lo, os assessores foram bem claros quando disseram que ninguém poderia ficar sabendo da criação desse episódio e que ele não levaria nenhuma fama pela sua produção. A partir daí, eles escolheram um país no qual as pessoas não conheciam efetivamente e lançaram a idéia de que eles tinham uma bomba que poderia ameaçar os EUA, “iniciando” a guerra. Essa idéia, “acidentalmente” vazou para a mídia que fez questão de divulgá-la. Logo, como a equipe do presidente (assessores e produção) imaginava, todas as atenções estavam voltadas para a nova guerra, deixando de lado o escândalo sexual. Eles faziam de tudo para conseguir o que queriam, passavam por cima da ética e da moralidade, de pessoas e de órgãos governamentais, como a CIA. Diversos problemas foram aparecendo desde que essa guerra foi criada, mas impressionantemente sempre existia uma idéia para contê-los e não deixar que a informação verdadeira seja revelada. Criações como a de uma imagem de menina na guerra, de um herói que foi aprisionado no país no qual foi lutar, fizeram parte desse excelente plano de mobilização dos americanos. No fim do filme, quando eles conseguem realmente atingir o objetivo de reeleger o presidente, o produtor quer ganhar a fama pelo excelente trabalho desenvolvido, mas como já havia sido acordado, ele não poderia divulgar tudo que ocorreu, para não pôr em risco o mandato do presidente. Ao se revoltar com o assessor, ele sai disposto a divulgar tudo e é assassinado. Para a população, foi divulgado que ele morreu de infarto. O filme, basicamente, quer passar ao público que é sim possível a manipulação das idéias em um tempo muito curto. Quem tem poder social e contatos com outros setores influentes na mídia e na sociedade, pode sim conseguir o que deseja. É mais do que necessária a análise da veracidade de todas as informações que são passadas para nós diariamente.

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Moka Amaral.

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